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Vendas de pneus caem entre janeiro e novembro em relação a 2014

No período, as vendas de pneus para montadoras caíram 23,4%; e as vendas dos pneus de carga para o setor automotivo tiveram um decréscimo de 49,5%

 

A Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP), que representa a indústria de pneus e câmaras de ar instalada no Brasil, divulga hoje o balanço setorial de janeiro a novembro de 2015. Segundo a associação, o volume de vendas de pneus para montadoras caiu 23,4% em relação ao mesmo período de 2014, com destaque para o segmento de pneus de carga, que reduziu em 49,5% as vendas no período – de 1,84 milhão de unidades de pneu vendidas de janeiro a novembro de 2014 para 933 mil unidades em 2015. “É um produto de alto valor agregado, cuja redução nas vendas impacta fortemente as receitas do setor”, avalia Alberto Mayer, Presidente da ANIP.

 

No detalhe, as vendas de pneus de carga caíram em todos os canais: para montadoras (-49,5%), no mercado de reposição (-2,5%) e nas exportações (-19,6%). Para Mayer, o desempenho da categoria acompanha o PIB, o ritmo industrial e a economia do país, que refletem na circulação de caminhões pelo Brasil. “Quanto mais caminhões nas ruas, maior a riqueza gerada e distribuída e, portanto, maior a utilização dos pneus de carga; o que estamos vendo, no entanto, vai na direção contrária”, pontua.

 

 

VENDAS TOTAIS DE PNEUS

Vendas para reposição

10%

Exportações

-2,9%

Vendas para montadoras

-23,4%

VENDAS DE PNEUS (GERAL)

-0,9%

 

 

No segmento de pneus de passeio, houve redução de 22,2% nas vendas para as montadoras entre janeiro e novembro deste ano em relação ao mesmo período de 2014, um declínio de 9,9 milhões de unidades vendidas (2014) para 7,7 milhões (2015). Por outro lado, o mercado de reposição de pneus de passeio cresceu 15,8% em vendas no período avaliado. Este “fôlego”, no entanto, deve diminuir nos próximos meses. “O consumidor tem optado por manter o veículo que já tem, realizando manutenções que levam à troca de pneus. Como essa substituição não é feita todos os anos, a expectativa é de que o mercado de reposição caia no médio prazo”, explica Mayer.

 

Exportações e balança comercial

As exportações de pneus caíram entre janeiro e novembro de 2015 em relação ao mesmo período do ano passado, de 11,42 milhões de unidades exportadas em 2014 para 11,09 milhões este ano – decréscimo de 2,9%. Ainda assim, os fabricantes nacionais de pneus seguem contribuindo positivamente para a balança comercial do país, sobretudo devido à queda de 28,2% nas importações durante o período. De janeiro a novembro, a balança comercial dos fabricantes nacionais de pneus obteve um superávit de U$S 688,51 milhões, com um saldo de 6,19 milhões de unidades de pneus (exportações menos importações). “Há um esforço para se aumentar a exportação de pneus, porém ainda enfrentamos elevados custos operacionais do país, que acabam limitando a competitividade do produto no exterior”, destaca Mayer.

Exemplo disso é a borracha natural, utilizada na fabricação dos pneus. O Brasil produz apenas um terço da demanda do setor pela matéria-prima; os dois terços restantes são importados a uma taxa de 4%. “Como o volume que se importa de borracha natural é justamente o que o Brasil não é capaz de produzir, entendemos já ser elevado o atual imposto de importação de 4% e vemos com muita preocupação um possível aumento desta taxa, o que, neste caso, contribuiria para a perda de competitividade do pneu nacional”, reforça o Presidente da ANIP.

A necessidade de adoção de políticas que aumentem a competitividade do setor de pneus levou a ANIP a lançar, este ano, o documento Livro Branco da Indústria de Pneus, que contém propostas para alavancar o crescimento do setor, como a redução do custo logístico, desoneração do processo de logística reversa, melhor acesso a insumos essenciais para a produção de pneus, estímulos à exportação, implantação de margem de preferência para a indústria nacional nas compras públicas, entre outras. O documento está disponível no site da ANIP (www.anip.org.br)

 

Reciclanip

De janeiro a novembro de 2015, a Reciclanip coletou e destinou de forma ambientalmente correta mais de 417 mil toneladas de pneus inservíveis, o que equivale a 83,4 milhões de unidades de pneus de carros de passeio. A Reciclanip, entidade da indústria nacional de pneumáticos que cuida exclusivamente da coleta e destinação de pneus inservíveis, é, desde 1999, quando foi criada pelos fabricantes nacionais de pneus, uma referência em logística reversa no Brasil. Desde sua fundação até hoje, os fabricantes de pneus já investiram R$ 795,2 milhões no programa e reciclaram 3,53 milhões de toneladas de pneus, o que equivale a 706,3 milhões de pneus de carro de passeio. A previsão de investimento para 2015 é de R$ 105 milhões, valor superior ao investido em 2014.

“Esses recursos são empregados nos gastos logísticos, que hoje representam mais de 60% dos nossos pagamentos, e também nos investimentos para as destinações. Temos hoje mais de mil pontos de coleta todo o país e uma média de 90 caminhões transitando diariamente, em todos os dias do ano”, conclui Mayer, que preside também a Reciclanip.