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Vendas de pneus agrícolas sobem com mais investimentos no campo

O crescimento nas vendas de máquinas agrícolas está movimentando o mercado de pneus para tratores e colheitadeiras.

De janeiro a maio deste ano, as vendas aumentaram 17% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo Alberto Mayer, presidente da Anip (Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos), citando os dados mais recentes da entidade.

A expansão é bem superior à média do mercado de pneus, de 6,6% em igual período, e é puxada pela demanda nas concessionárias. "O mercado de reposição cresce abaixo da média", diz.

O desempenho é reflexo do ciclo de alta dos investimentos nas lavouras, puxados pela safra recorde de grãos e pelos bons preços, especialmente da soja.

E a tecnologia no campo vai além das máquinas. Segundo o diretor-executivo da área agrícola da Michelin, Emmanuel Ladent, os investimentos também estão chegando às rodas.

As vendas de pneus radiais –com tecnologia mais avançada do que os convencionais– da empresa subiram 50% nos primeiros cinco meses de 2013 em comparação com o mesmo período do ano passado, quando já haviam subido 50%.

Apesar do avanço recente e da relevância da produção agrícola brasileira, o país ainda está longe de ser um dos grandes mercados para a Michelin. A empresa só vende pneus com tecnologia, como os radiais, que possibilitam maior economia de combustível e menor compactação do solo, segundo Ladent.

"Mas o potencial é muito grande", afirma o executivo. Ele afirma que os pneus radiais representam apenas 5% do mercado agrícola total no Brasil. 
 

No transporte de cargas, esse índice já chega a 90% no país, acrescenta.

Para o executivo, os pneus radiais no setor agrícola podem atingir níveis de mercados desenvolvidos, como a Europa e os EUA, onde 55% e 85% dos pneus usados nas fazendas são radiais, segundo dados da Michelin.

"O mercado no Brasil ainda é muito convencional. Mas, pouco a pouco, vamos convencendo os usuários a usar uma tecnologia mais completa", acredita.

No segmento de pneus de carga, o Brasil demorou 30 anos para elevar de 5% para 90% o índice de radialização nos pneus. "No setor agrícola, essa substituição será muito mais rápida, pois o mercado é mais concentrado."

Já Mayer, da Anip, não crê em uma evolução tão rápida. "A substituição será muito mais lenta no agrícola", diz.

A safra recorde que o Brasil colhe neste ano e as dificuldades para exportá-la estimulam as vendas de silos para armazenagem de grãos.

A Pacifil, que produz silos com polietileno da Braskem, está investindo R$ 10 milhões na compra de uma nova máquina para elevar em 100% a sua capacidade de produção. Ela estima aumento de 30% nas vendas deste ano.

A Kepler Weber, uma das empresas mais tradicionais do setor, também vê aumento na demanda. Segundo Olivier Colas, vice-presidente da Kepler, o número de pedidos dobrou em valor no primeiro trimestre, ante igual período de 2012, para R$ 163 milhões.

"A política de investimentos do governo, com juros abaixo da média para armazenagem, também ajuda."