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Venda de pneus às montadoras tem a menor participação em 10 anos devido à queda na produção de veículos novos

A indústria nacional de pneus sentiu o forte impacto da queda na produção de veículos de todos os tipos no país e apresentou uma redução de 20,8% nas vendas às montadoras nos primeiros cinco meses de 2015. No período, as associadas à ANIP venderam no total 31,02 milhões de unidades, porém o perfil de venda por canal (montadoras, reposição e exportação) mudou bastante nos últimos anos.

Em 2006, na média mensal, 40,73% do total fabricado no Brasil era destinado ao setor de reposição, neste início de ano esta porcentagem alcançou 63,15%, com a diminuição recente na produção de veículos. Em contraposição, a venda de equipamento original que respondia por 26,4% do total em 2006, na média mensal, e em 2011 chegou a 31,7% das vendas, representou apenas 20,83% entre janeiro e maio deste ano.

“O crescimento da participação do mercado de reposição em relação ao total vendido por nossas associadas reflete o enfraquecimento da demanda das montadoras em virtude da redução de vendas que levaram inclusive a demissões, férias coletivas e lay-offs como amplamente noticiado. O cenário é agravado pela diminuição da competitividade industrial brasileira, afetando o volume das exportações neste segmento que passou de 32,69% do total vendido pelos fabricantes no ano de 2006 para 15,85% neste início de 2015.”, comenta Alberto Mayer, presidente executivo da ANIP – Associação Nacional da Indústria de Pneus

Quantidades vendidas de janeiro a maio
As vendas totais de pneus, no mercado interno e externo, caíram 2,6% nos primeiros cinco meses de 2015, passando de 31,855 em 2014 para 31,015 milhões de unidades este ano. O fornecimento às montadoras apresentou queda de 20,6% passando de 8,136 para 6,643 milhões de unidades, enquanto as exportações tiveram um decréscimo de 13,7%, passando de 5,716 para 4,933 milhões de unidades. O canal de revendas manteve-se em alta, fortalecido inclusive pela diminuição da compra de veículos novos, e expandiu 9% nos cinco primeiros meses do ano, passando de 18,001 milhões de pneus em 2014 para 19,619 milhões de unidades neste ano.

“Esperamos que o pacote de concessões anunciado pela Presidente volte a animar o mercado. Entretanto, temos grande preocupação com os fracos índices da indústria brasileira”, explica o presidente executivo da entidade, Alberto Mayer. Ele destaca que a indústria do país tem divulgado números muito negativos inclusive com expressivo número de trabalhadores afastados de suas funções. No setor automotivo várias montadoras de automóveis, caminhões e ônibus anunciaram paralisação temporária das atividades, além de algumas produtoras de motos e de máquinas agrícolas. No setor de pneus também houve, em consequencia, anúncios de lay-off e férias coletivas, para absorção dos elevados estoques.

Quadro – Vendas globais dos fabricantes por categoria
(em milhões de unidades – 2014 para 2015)
• Carga 3,816 para 3,116 (-18,4%)
• Camioneta 4,255 para 4,024 (-5,4%)
• Passeio 15,453 para 15,962 (+3,3%)
• Duas rodas 6,981 para 6,563 (-6,0%)
• Agrícola 0,373 para 0,339 (-9,1%)
• OTR 0,070 para 0,058 (-17,3%)
• Industrial 0,906 para 0,954 (+5,2%)

Produção brasileira 
A produção de pneus no país teve um leve crescimento, de 1,7%, nos primeiros cinco meses deste ano quando comparado ao mesmo período de 2014, passando de 29,91 para 30,41 milhões de unidades, devido à expansão dos pneus para veículos de passeio (+8,6%) e industriais (+14,0%), enquanto todos os outros segmentos apresentaram redução.