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Safras movimentam setor de pneus

A alta do primeiro bimestre do ano foi puxada pela expansão do segmento agrícola que ganhou força com a safra recorde de 2013

As vendas das associadas Anip – Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos cresceram 7,5% no bimestre janeiro fevereiro em relação ao mesmo período do ano passado, puxadas pelo crescimento de 19,1% nos pneus para veículos de carga, que passaram de 1,268 milhões para 1,509 milhões no período. “As vendas da categoria cresceram para os três segmentos de mercado atendidos: reposição (mais 19,3%), montadoras (+6,0%) e até para o mercado externo, onde tivemos uma forte ampliação (+48,3%), provocada pela nova geração de caminhões”, informa o presidente executivo da ANIP Alberto Mayer.

No caso de pneus de passeio, o mercado de reposição manteve a forte expansão apresentada no mês de janeiro, crescendo 19,8% no bimestre, em relação a 2013, enquanto o fornecimento a montadoras caiu 15,6% no bimestre, passando de 2,126 milhões para 1,794 milhões. “O começo do ano não foi dos melhores para a setor de automóveis e o fornecimento de pneus acompanhou esse momento menos positivo”, explica Mayer. No total as vendas de pneus para veículos de passeio das associadas à ANIP cresceram 3,4% na soma dos dois meses, passando de 5,817 milhões para 6,014 milhões.

Já as vendas de pneus para camionetas se comportaram de forma próxima ao setor de caminhões e apresentaram expansão nos três segment0s: +18,6% para o mercado de reposição, +20,7% para montadoras e + 4,7% nas exportações. “Parece claro pelos números da ANIP e dos fabricantes de veículos que o leve refluxo na tendência de compra de carros para uso particular não atinge a produção de camionetas, setor onde se somam as de uso profissional e as que são buscadas por famílias, mulheres e jovens pelo seu conforto, impressão de segurança e aspecto mais esportivo”, comenta Mayer.

O atendimento do mercado pelas associadas à ANIP respondeu por cerca de 70% do consumo aparente, ficando os outros 30% nas mãos de importadores. Do total que as produtoras brasileiras venderam no mercado interno em janeiro e fevereiro, cerca de 10% foram representados por pneus importados para complementar as linhas fabricadas localmente, principalmente modelos que ainda têm consumo limitado no Brasil, como é exemplo o chamado Run Flat.

Crescimento da produção nacional de pneus por segmento

Carga 9,2% (1,23 para 1,34 milhões)

Camionetas 8,9% (1,38 para 1,50 milhões)

Passeio 10,7% (5,24 para 5,80 milhões)

Duas rodas 7,1% (2,38 para 2,55 milhões)

Agrícola 6,6% (142 para 152 mil)

Industrial 7,9% (297 para 231 mil)

A produção de pneus para aviões ficou estável com cerca de 9 mil unidades.

O presidente da ANIP destaca que além da demanda do mercado, o crescimento da produção também foi influenciado pela presença, a partir de janeiro, de um novo associado na ANIP, a Sumitomo (pneus Dunlop), que veio se somar às 10 outras empresas do setor: Bridgestone Firestone, Continental, Goodyear, Levorin, Maggion, Michelin, Pirelli, Rinaldi, Titan e Tortuga (fabricante de câmaras).

 

Importação se mantém em alta no primeiro bimestre

As exportações de pneus tiveram um desempenho levemente positivo. “As vendas externas aumentaram 2,8% passando de 2,16 para 2,29 milhões de unidades no primeiro bimestre de 2014, comparado ao mesmo período do ano anterior, principalmente pela demanda de novos pneus de carga pela Argentina”, comenta Mayer.

Já as importações totais de pneus, exclusos os para duas rodas cresceram 3,4%, atingindo 5,384 milhões no primeiro bimestre deste ano ante 5,207 milhões de unidades no mesmo período do ano anterior. O crescimento ocorreu na importação de pneus para veículos destinados à construção pesada, máquinas agrícolas e florestais, mineração, além de ônibus e caminhões de carga. As compras externas de pneus para automóveis de passageiros caíram 5%, enquanto as importações de pneus para duas rodas tiveram forte queda (de 3,148 milhões para 1,894 milhões) entre este ano e 2013.

Na soma geral, o resultado da balança comercial do setor ficou negativo em US$ 55,8 milhões no primeiro bimestre do ano, com as importações superando as exportações em 5,072 milhões de unidades.

404 mil t recolhidas para reciclagem no ano de 2013

O processo de coleta de pneus inservíveis, a maior operação de logística reversa do país, é realizado pela Reciclanip, entidade sem fins lucrativos mantida pela indústria do setor. Em 2013 foram recolhidas 404 mil toneladas de pneus inservíveis, quantia que equivale a 81 milhões de unidades de pneus de carros de passeio. “Terminamos o ano com um investimento da ordem de R$ 99 milhões, valor bastante superior ao investido no ano passado. Esses recursos são utilizados para os gastos logísticos, que hoje representam mais de 60% dos nossos pagamentos, e também para todos os investimentos de destinações”, afirma o presidente-executivo da ANIP.

A principal destinação destes pneus são as fábricas de cimento que utilizam os pneus inservíveis como combustível alternativo, para o que precisam dispor de filtros especiais. Outras destinações consideradas legalmente adequadas e aprovadas pelo IBAMA são empresas de moagem e processamento para produção de artefatos ou produção de asfalto borracha.