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Produção de pneus fica abaixo da demanda

Enquanto a fabricação de veículos avançou 17%, a de pneumáticos teve alta de 4% no quadrimestre

 

produção nacional de pneus não tem acompanhado a alta demanda do setor automotivo. É o que mostra nota divulgada pelaAnip, a associação da indústria de pneumáticos, na quarta-feira, 22. Enquanto a fabricação de veículos cresceu 17% nos quatro primeiros meses deste ano em relação ao mesmo intervalo do ano passado, totalizando 1,68 milhão de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, a de pneus teve leve alta de 4%, passando de 21,4 milhões de unidades produzidas nos primeiros quatro meses de 2012 para 22,3 milhões de pneus neste ano. 

No período de janeiro a abril de 2013, os pneus para veículos de passeio representaram 48,3% do total produzido, com 10,7 milhões de unidades, segundo a Anip. Os outros 51,7%, que correspondem a 11,5 milhões de pneus, foram feitos para motos, caminhões, ônibus, máquinas agrícolas e industriais e aviões. 

As vendas de pneus no mercado brasileiro cresceram 6,9% na comparação anual, de 22,4 milhões para 23,9 milhões de unidades comercializadas. Só o mercado de reposição consumiu 12,2 milhões deste total, registrando alta de 15,2% em relação ao primeiro quadrimestre do ano passado. 

O volume de venda de pneu é superior ao da produção por causa do aumento da participação de pneus importados. O presidente da Anip, Alberto Mayer, diz que a produção nacional de pneumáticos tem perdido espaço para fabricantes asiáticos, que entram no Brasil de forma irregular ou oferecem produtos de baixa qualidade que não são inspecionados pelo Inmetro. 

“Os pneus asiáticos não enfrentam o Custo Brasil e ainda deixam de cumprir as exigências ambientais de recolhimento para destinação correta dos inservíveis, que para a indústria brasileira representa um ônus anual da ordem de R$ 80 milhões", aponta Mayer. 

DÉFICIT 

A importação de pneus (exceto duas rodas) aumentou 25,5% na comparação entre os primeiros quadrimestres de 2012 e 2013, de 7,7 milhões de unidades para 9,7 milhões. A principal origem desses importados é a Ásia. As compras da China, o maior fornecedor, passaram de 4,4 milhões (exceto pneus para motos) para 5,1 milhões de unidades, uma expansão de 16,5% nos primeiros quatro meses de 2013 em relação a 2012. 

Enquanto isso, a exportação de pneus brasileiros seguiu caminho oposto, com queda de 10,6%, passando de 4,7 milhões para 4,2 milhões de unidades enviadas. 

"Estamos reduzindo as exportações e aumentando as importações, exatamente o contrário do que o País precisa para evitar a continuidade do processo de desindustrialização. A indústria brasileira de pneus detém tecnologia de última geração, fabrica produtos adequados às condições brasileiras e vinha contribuindo com saldo positivo para a balança comercial, mas nestes dois últimos anos a situação se inverteu, devido ao aumento de custos no Brasil e à competição desigual com os importados", declara o presidente Mayer. 

EMPREGO 

O nível de emprego na indústria nacional de pneus, contudo, se mantém estável. Foram gerados 744 novos empregos, ampliando o quadro de funcionários diretos das empresas para 26,8 mil contratados. 

RECICLAGEM 

A Reciclanip, entidade sem fins lucrativos mantida pela indústria pneumática brasileira, responsável por encaminhar pneus usados para a reciclagem, conta que no primeiro trimestre de 2013 recolheu 90 mil toneladas de pneus inservíveis, com um crescimento de 1,5% sobre o mesmo período de 2012. 

"Essa operação retira o produto em mais de 800 pontos no País e os encaminha a uma destinação ambientalmente correta, aprovada pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente). Muitos importadores deixam de fazer essa coleta, o que colabora para a competição desigual. Além disso, oneram nossa entidade com o recolhimento desses produtos, e ampliam os riscos da dengue", afirma o presidente da Anip

No período de janeiro a março de 2013, os caminhões de recolhimento a serviço da Reciclanippercorreram um total de 1,8 milhão de quilômetros, entre os pontos de coleta e as instalações de destinação. A maior parte dos pneus tem sido levada para fábricas de cimento, que utilizam os inservíveis como combustível.

Fonte: Automotive Business