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Pneus de carga e agrícolas puxam o crescimento de 9,1% na produção do setor entre janeiro e outubro, ante o mesmo período de 2012

Bom desempenho do setor agro e nova geração de caminhões impulsionaram o crescimento da produção nacional com expansão respectivamente de 14,6% e 15,9%, enquanto a fabricação de pneus de passeio cresceu 5,1%

 De janeiro a outubro a produção total de pneus no Brasil aumentou 9,1% em relação ao mesmo período de 2012, passando de 52,80 para 57,61 milhões de unidades de acordo com os dados da ANIP Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos. “Além da expansão do mercado de carga pelas boas safras e pelo estímulo à compra de novos caminhões, é importante destacar o reconhecimento do consumidor de que o pneu fabricado no país possui alta qualidade, como mostra o desempenho no setor de reposição que, para o conjunto dos diversos tipos de pneus mostrou um crescimento de 13,5%”, afirma Alberto Mayer, presidente da ANIP.

Esse bom resultado no mercado interno contrasta com o das exportações, que caíram 11,4% nos pneus de carga e 23,5% nos de passeio. “Por isso, continuamos a insistir com o governo sobre a necessidade de aumentar a competitividade do setor, com programas similares aos estabelecidos para a produção nacional de automóveis, além da manutenção do Reintegra, cuja alíquota atual compensa apenas em parte o resíduo tributário nas vendas externas”, complementa Alberto Mayer. Ele considera que o país precisa adotar políticas gerais para o aumento de competitividade da indústria, abrangendo questões como salários X produtividade, logística, tributação e burocracia, o chamado Custo Brasil.

 

“Ainda estamos na dependência dessas definições para atrair novos investimentos e estimular a ampliação da produção local, de modo a acompanhar o crescimento da frota estimado pela ANFAVEA para os próximos anos”, acrescenta Mayer.

Pneus radiais seguem em alta

A produção de pneus radiais no Brasil continuou a crescer mais do que a de convencionais, com a expansão, respectivamente, de 9,7% e 7,7% entre os dez primeiros meses de 2013 ante o mesmo período de 2012. Segundo os dados da ANIP, a produção de pneus radiais passou de 37,11 para 40,71 milhões, enquanto de convencionais passou de 15,69 para 16,90 milhões.

“Este resultado demonstra que para certas categorias de uso os pneus radiais apresentam um melhor desempenho”, explica Alberto Mayer.

Balança Comercial negativa traz déficit quatro vezes maior que em 2012

No total dos primeiros dez meses de 2013 as importações de pneus cresceram 16,4%, atingindo 23,25 milhões ante 19,98 milhões de unidades no mesmo período de 2012, não incluindo os destinados a veículos de duas rodas.

Enquanto isso as exportações tiveram um redução de 7,7% passando de 11,22 milhões de unidades de janeiro a outubro de 2012 para 10,35 milhões no mesmo período deste ano.

“Com esses números a balança comercial do setor ficou negativa em US$ 302,62 milhões, mais de quatro vezes o déficit dos primeiros dez meses de 2012, quando foi de –US$ 70,38 milhões”, acrescenta o presidente da ANIP. Para ele este cenário, que vem se agravando desde 2010 (até 2009 havia superávit), só deve mudar se forem tomadas medidas que reduzam o Custo Brasil para as indústrias.

 

Os fabricantes nacionais importaram 7,79 milhões de unidades, o equivalente a 13,5% de sua produção no país, para atender à demanda de alguns tipos de pneus cuja demanda não justifica a produção local. Os restantes 15,46 milhões de pneus foram importados por empresas sem fabricação no país, para atender, principalmente, ao mercado de reposição, com produtos mais baratos.  

Vendas totais da indústria de pneus no país crescem 7,6%

No período janeiro a outubro de 2013 em relação ao mesmo período do ano anterior as vendas da indústria nacional de pneus apresentaram um aumento menor que o da produção, com crescimento de 7,6%, passando de 56,63 para 60,92 milhões de unidades nos primeiros dez meses, o que inclui pneus por elas importados.

Principais aumentos nas vendas de pneus pelas montadoras (e total)

Carga – 16,6% (7,28 milhões)

Camioneta – 14,2% (8,52 milhões)

Passeio – 4,2% (29,31 milhões)

Duas rodas 2,4% (13,11 milhões)

Agrícola – 17,6% (823,8 mil)

Industrial – 56,5% (1,76 milhões)

Só caíram as vendas de pneus para outros usos e para aviação comparando dez meses de 2013 com o mesmo período de 2012.

No mercado de reposição as vendas gerais cresceram 13,5%, passando de 27,40 para 31,09 milhões de unidades, enquanto as vendas para montadoras cresceram 8,2%, passando de 18,00 para 19,48 milhões de unidades no mesmo período.

285 mil t recolhidas para reciclagem até setembro deste ano

O processo de coleta de pneus inservíveis, a maior operação de logística reversa do país, é realizado pela Reciclanip, entidade sem fins lucrativos mantida pela indústria do setor. No primeiro semestre de 2013 foram recolhidas 285 mil toneladas de pneus inservíveis, quantia que equivale a 57 milhões de unidades de pneus de carros de passeio. “A previsão de investimento é terminar o ano com um investimento superior a R$ 85 milhões, valor superior ao investido no ano passado. Esses recursos são utilizados para os gastos logísticos, que hoje representam mais de 60% dos nossos pagamentos, e também para todos os investimentos de destinações”, afirma o presidente da ANIP.

 

A principal destinação destes pneus são as fábricas de cimento que utilizam os pneus inservíveis como combustível alternativo, para o que precisam dispor de filtros especiais. Outras destinações consideradas legalmente adequadas e aprovadas pelo IBAMA são empresas de moagem e processamento para produção de artefatos ou produção de asfalto borracha.

Sobre a ANIP e Reciclanip

A ANIP – Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (www.anip.org.br), fundada em 1960, representa a indústria de pneus e câmaras de ar instalada no Brasil, que compreende dez empresas e 17 fábricas instaladas nos Estados de São Paulo (sete), Rio de Janeiro (três), Rio Grande do Sul (duas), Bahia (três), Paraná (uma) e Amazona (uma). Ao todo, responde por 26 mil empregos diretos e 120 mil indiretos. O setor é apoiado por uma rede com mais de 5 mil pontos de venda no Brasil com 40 mil empregos. Em 2007 a ANIP criou a Reciclanip, voltada para a coleta e destinação de pneus inservíveis no País. Originária do Programa Nacional de Coleta e Destinação de Pneus Inservíveis, de 1999, a Reciclanip é considerada uma das principais iniciativas na área de pós-consumo da indústria brasileira, por reunir mais de 800 pontos de coleta no Brasil. Desde 1999, quando começou a coleta dos pneus inservíveis pelos fabricantes, mais de 2,56 milhões de toneladas de pneus inservíveis, o equivalente a 512 milhões de pneus de passeio, foram coletados e destinados adequadamente.

Seguindo o modelo de gestão de empresas européias, com larga experiência na coleta e destinação de pneus inservíveis, a Reciclanip é diferente no quesito remuneração. Em outros países, as empresas são pagas pelos vários agentes da cadeia produtiva para cobrir as despesas operacionais e garantir a destinação de pneus inservíveis. Os consumidores europeus, quando compram novos pneus para seus veículos, por exemplo, são obrigados a pagar uma taxa para a reciclagem dos pneus velhos. Aqui no Brasil, os fabricantes de pneus novos, representados pela ANIP, arcam com todos os custos de coleta e destinação dos pneus inservíveis, como transporte, trituração e destinação.

Prêmio-E

O trabalho de coleta e destinação de pneus inservíveis realizado pela ANIP/ Reciclanip recebeu um reconhecimento da UNESCO, o Prêmio-E na categoria “Economia”, entregue durante a durante a Rio+20, realizada em junho de 2012 no Rio de Janeiro.

A premiação, em sua 1ª edição, integrou a programação oficial da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, com o objetivo de reconhecer as iniciativas socioambientais mais representativas dos últimos 20 anos, executadas após a ECO-92. Idealizada por Oscar Metsavaht, embaixador da Boa Vontade da UNESCO, o prêmio é uma parceria do Instituto-E  (http://www.institutoe.org.br/premioe/ ), Prefeitura do Rio de Janeiro e UNESCO.