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Pedidos de montadoras caem, mas reposição sustenta vendas de pneus

Veículo: Valor Online Data de publicação: 23/12/2014 07:53:50 

Assim como os demais setores da indústria de componentes automotivos, as fábricas de pneus sentiram neste ano o impacto da forte redução nas encomendas das montadoras. Contudo, conseguiram compensar isso com o bom desempenho dos negócios no canal de reposição. Dados da Anip, a entidade que representa os fabricantes nacionais de pneumáticos, mostram estabilidade nas vendas e na produção do setor. Entre vendas domésticas – tanto a montadoras como ao mercado de reposição – e exportações, as entregas somaram 68,97 milhões de pneus entre janeiro e novembro, uma leve alta de 0,4% frente a igual período de 2013. Já a produção, na mesma base de comparação, ficou estagnada em 63,93 milhões de unidades – leve alta de 0,1% nos onze meses. A resistência à crise da indústria automobilística se deve à menor dependência dos produtores de pneus à demanda das montadoras, já que o mercado de reposição responde pela maior parte do consumo desse produto. Só neste ano, o canal absorveu 58% dos volumes totais, mais do que o dobro do percentual destinado às montadoras, de 25,3%. Enquanto as compras nas fábricas de veículos caem 18,1%, as vendas no mercado de reposição sobem 11,1%, num reflexo da manutenção de uma frota que cresceu quase 80% em dez anos. Fora isso, houve durante 2014 uma pequena reação das exportações dessa indústria. Até novembro, os embarques de pneus mostraram alta de 1%, chegando a 11,52 milhões de unidades. Mesmo assim, a Anip diz que o setor ainda registra déficit de US$ 144,1 milhões nas transações comerciais com o exterior. Isso tem levado a entidade a cobrar medidas de apoio à competitividade, como a desoneração de insumos importados, caso da borracha natural e dos moldes usados no processo industrial. De acordo com a associação, as importações de pneus chineses seguem em alta, com crescimento de 2% neste ano. De janeiro a novembro, 13,3 milhões de pneus da China entraram no Brasil, informa a Anip. Neste mês, a Pirelli, maior fabricante desse setor no país – fornecedora de praticamente metade dos pneus consumidos em fábricas de automóveis – decidiu dar férias coletivas mais longas na maioria de suas fábricas brasileiras. A parada mais extensa acontece na unidade de Santo André, no ABC paulista, onde os operários terão férias de três semanas. A multinacional italiana, porém, não foi a única a interromper o funcionamento das linhas. A Bridgestone, terceira maior no país, e a Sumitomo, que inaugurou há pouco mais de um ano uma fábrica no Paraná, também decidiram entrar em recesso.