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Fabricantes vão a Brasília discutir incentivos ao setor

Representantes da indústria de pneus têm hoje uma reunião com o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, para apresentar um conjunto de propostas de estímulo ao setor. O programa, que vem sendo chamado de Inovar-Pneus – em referência ao Inovar-Auto, das montadoras – deve incluir medidas como a prorrogação da desoneração a exportações, dentro do regime conhecido como Reintegra.
 
O setor também vai cobrar que as políticas de reciclagem de pneus se estendam a importadores do produto, assim como a redução de impostos sobre matérias-primas importadas. As importações respondem por 70% da borracha natural consumida por fabricantes de pneus, de acordo com a Anip, a entidade que representa o setor.
 
O encontro com Pimentel, em Brasília, está marcado para as 11 horas. Alberto Mayer, presidente daAnip, vai participar da reunião junto com os presidentes das principais empresas do setor. Segundo ele, a entidade pretende mostrar ao ministro que a indústria de pneus de passeio – embora tenha realizado investimentos para acompanhar a demanda das montadoras – está perdendo espaço para produtos importados, o que leva ao risco de ociosidade. De acordo com a Anip, duas fábricas poderiam ser erguidas no Brasil com os 26 milhões de pneus importados no ano passado.
O governo já está preparando o lançamento, previsto para setembro, de medidas de apoio à indústria de autopeças. Ontem, Paulo Butori, presidente do Sindipeças, a associação dos fabricantes de componentes automotivos, disse que o setor precisa desses estímulos para voltar a atrair investimentos. "Apesar do momento difícil, imaginamos um futuro melhor daqui para frente", afirmou Butori durante participação no Simea, o simpósio internacional de engenharia automotiva realizado entre ontem e hoje na capital paulista.
 
Durante o evento, Luiz Moan, presidente da Anfavea, entidade das montadoras, também defendeu uma "indústria de peças forte" para tornar viáveis as metas do novo regime automotivo, como melhorar a eficiência dos carros brasileiros. De acordo com Moan, tecnologias ainda não disponíveis no país terão de ser nacionalizadas para essa finalidade.
 
"Assumimos o desafio de melhorar a eficiência energética, mas, para isso, teremos de desenvolver muitos sistemas que ainda não são fabricados aqui", disse. Alinhando-se ao discurso das empresas de autopeças, Moan também defendeu o rastreamento da origem dos insumos adquiridos pelas montadoras para estimular a produção local de sistemas automotivos.
 
Valor Econômico – São Paulo/SP – EMPRESAS