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Fabricantes de pneumáticos sofrem impacto dos problemas gerais da indústria brasileira

Fabricantes de pneumáticos sofrem impacto dos problemas gerais da indústria brasileira, da queda da produção automotiva, das dificuldades com insumos e da importação desleal, que minam sua competitividade

A queda de 17% na produção automotiva nos nove primeiros meses do ano provocou baixa de 18,5% na venda de pneus a montadoras no mesmo período, enquanto as importações de produtos para o mercado de reposição mantiveram o ritmo de 2013, com mais de 22 milhões de unidades trazidas, em especial da Ásia

 

De janeiro a setembro de 2014 a produção brasileira de pneus atingiu 51,91 milhões de unidades, praticamente repetindo o nível de 2013 (51,40 milhões), embora este ano esteja sendo contabilizada a fabricação de mais uma empresa, a Sumitomo-Dunlop, que começou a produzir no final de 2013. “É importante comparar com o que aconteceu em 2010, quando a Continental passou a produzir no país e a fabricação nacional deu um salto de +24%. A manutenção da produção no mesmo nível de 2013 com mais um fabricante revela estagnação da indústria nacional, que precisa de iniciativas dos governos para ampliar sua competitividade”, comenta o presidente executivo da ANIP, Alberto Mayer. Ele menciona entre os principais pleitos do setor a redução do Imposto de Importação sobre insumos não disponíveis no Brasil, como borracha natural e moldes para pneus – estes pagam 30%.

As vendas feitas pelos associados à ANIP Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos às montadoras tiveram uma queda 18,5% (de 17,51 milhões para 14,28 milhões). A redução porcentual foi similar nas principais categorias de pneus: carga (-19,3%), passeio (-19,4%), camionetas (-17,4%), duas rodas (-16,0%) e agrícola (-18,2%).

“Nosso setor depende muito do desempenho da indústria automotiva, que teve um resultado ruim nos primeiros nove meses. Esperamos que a previsão de melhoria para o final de 2014 se torne realidade, mas já está claro que terminaremos o ano com queda no fornecimento global a montadoras dos diversos setores, o que compromete os planos de expansão da nossa indústria, que já tem capacidade ociosa”, diz o presidente da ANIP.

Mayer destaca ainda que “como houve um grande crescimento da frota nos últimos anos, o mercado de reposição ainda se manteve crescente (+10,4%), o que é um efeito temporário, pois a queda na entrada de novos veículos no mercado se reflete na reposição com certa defasagem. As importações nos primeiros nove meses do ano responderam por quase 40% do suprimento a este mercado.

“Não somos contra importações que, inclusive, são necessárias para atender a determinadas faixas de produtos cuja demanda não justifica a produção no país. Não queremos é a concorrência desleal, com dumping nos preços ou, como acontece muitas vezes, sem que o importador suporte o custo de logística reversa pelos pneus que trazem do exterior. Vale lembrar que este trabalho de recolhimento e destinação de inservíveis onera nossa indústria em mais de R$ 100 milhões este ano”, complementa o presidente executivo da ANIP, Alberto Mayer.