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Descarte irregular de pneus contribui para a epidemia de dengue ( O Debate)

 

Enquanto o jornal O DEBATE vem alertando a população sobre a importância de colaborar na eliminação dos focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, o número de situações que favorecem a proliferação do inseto é cada vez maior.

São diversos flagrantes que a equipe de reportagem vem relatando em todo o município, situações que condizem com os altos índices da doença em Macaé, que atualmente passa por uma epidemia.

 Na manhã de ontem (11), a equipe flagrou diversos pneus descartados em um terreno particular no Visconde de Araújo sem nenhum tipo de cobertura. Segundo informações passadas ao jornal, no lugar funcionava uma pista de kart.

Alguns funcionários de uma loja ao lado do terreno contam que nas últimas semanas quatro empregados estão de licença em casa com suspeita da doença. Um deles chegou a relatar que ao mexer nesses pneus a quantidade de mosquito que sai deles é grande. Paralelo a isso, dados do último Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), apontam que o Visconde de Araújo foi um dos bairros que apresentou o maior índice de infestação em todo o município.

 

 Uma coisa a população num todo precisa entender, seja um ou milhares de pneus, quando expostos ao tempo, se tornam criadouros do mosquito da dengue, já que acumulam água. O seu descarte deve ser feito de maneira adequada. Caso a população queira saber mais sobre os locais onde pode descartar de maneira correta esse tipo de material inservível, deve entrar em contato com a Prefeitura através do telefone 2762-4802.

 Segundo a Prefeitura, com foco no combate à doença e na prevenção do meio ambiente, ela tem realizado diversas ações em todo o município. Uma dessas medidas é a coleta de pneus abandonados nesse antigo kartódromo.

 Durante a operação, a equipe da secretaria de Ambiente recolheu cerca de 200 pneus, que foram encaminhados para a Central de Triagem, instalada na Virgem Santa. Porém, como se pode ver, a ação não foi suficiente para evitar que o problema voltasse a acontecer. Procurada, a Prefeitura informa que está agendado para hoje (12), o recolhimento deste material.

A Prefeitura tem um convênio de cooperação mútua com a Associação Nacional da Indústria de Pneumático (Anip), através da Reciclanip, entidade sem fins lucrativos administrada pelas empresas produtoras de pneus novos, e conta com a colaboração de revendedores de pneus e borracheiros de Macaé.

De acordo com o governo, os revendedores e borracheiros também funcionam como Ecopontos, onde a população pode deixar os pneus que não serão mais usados. Depois, os técnicos da secretaria recolhem o material e levam para a Central de Triagem. Graças a essa parceria, mais de dois mil pneus são recolhidos na cidade todos os meses em vez de irem para o meio ambiente.

O tempo de decomposição de um pneu na natureza é indeterminado. Isso significa que, quando jogado no ambiente de maneira indiscriminada, ele fica por muito tempo poluindo. Se queimados, eles produzem uma fumaça negra, altamente poluidora e podem contaminar a água quando queimados, pois liberam um material oleoso, derivado do petróleo, que escorre para os corpos dágua, contaminando e tornando-a imprópria para o consumo.

Dados da doença em Macaé

 O último boletim apresentado pela Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro essa semana mostra que, entre os dias 1º de janeiro até o dia 6 de abril, foram notificados 92.324 casos suspeitos de dengue em todo o estado do Rio de Janeiro, com nove mortes. Comparados ao mesmo período de 2012, quando foram registrados 66.099 casos, o aumento de casos suspeitos é de aproximadamente 28%. Porém, o número de óbitos esse ano, no mesmo período, caiu pela metade.

Dos 92 municípios, 44 estão em situação de epidemia, inclusive Macaé, onde já foram notificados mais de 1.700 casos suspeitos.

O último LIRAa realizado em Macaé, entre os dias 11 e 15 de março, mostra que dos 46 bairros do município, 34 acusaram a presença do mosquito transmissor da dengue. Os dados apontam um aumento preocupante da existência do vetor em relação ao levantamento realizado em janeiro.

O índice em Macaé subiu de 1,6 para 3,8, pontuação que, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), coloca o município em situação de alerta para epidemia da doença. A Prefeitura aponta que 17 localidades estão em alerta com índice entre 1% a 3% e as outras 17 regiões apresentam números maiores que 3,9%.

 Dos 3.920 imóveis visitados pelos agentes da CCZ, 150 registraram a presença de larvas. Os principais depósitos foram ao nível do solo como caixas d´água e reservatório de água para consumo humano e também os removíveis como pratos de plantas e reservatórios de água para animais. Estudos apontam que o ambiente doméstico concentra 80% dos focos, mas o cuidado com todo o entorno é fundamental para que esse quadro mude.

Como combater os focos do mosquito da dengue:

* Não deixe água da chuva acumulada sobre a laje

* Mantenha fechado os depósitos de água como caixas d’água, tonéis e barris

* Encha de areia até as bordas os pratinhos de vasos de plantas

* Guarde garrafas viradas de cabeça para baixo

* Guarde pneus e outros objetos que podem acumular água tampados e em locais cobertos

* Coloque o lixo em sacos plásticos e mantenha a lixeira fechada. Não jogue o lixo em terrenos baldios