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Consultor da ANIP dá dicas de segurança para cuidar dos pneus antes de viajar

Janeiro é mês de férias, de viagens e de muita chuva. Para pegar a estrada, como todos sabem,  por segurança, são necessários alguns cuidados com o veículo. Entre os itens que precisam ser revisados estão os pneus, responsáveis por grande parte da segurança de uma viagem. Trafegar com pneus carecas, por exemplo, é extremamente perigoso, além de ser uma infração de trânsito. Viajar com chuva e pneus carecas é receita quase certa para um incidente.
Ter os pneus de seu veículo em ordem é uma obrigação do motorista para sua própria segurança e também pela dos demais. O assunto é sério e merece atenção, especialmente nesta época de chuvas. Para ajudar o motorista a entender mais do assunto e saber quando está na hora de trocar os pneus, Giovanni Carlo Rossi, consultor técnico da ANIP – Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos, concedeu a entrevista abaixo.
1) Quando sei que tenho que trocar os pneus?
O que deve ser observado para saber se está na hora de trocar os pneus é a parte do pneu que fica em contato com o solo, ou seja, a banda de rodagem. É onde está o “desenho” do pneu, como os motoristas costumam chamar. Quando este “desenho” estiver perto do desgaste do limite de segurança que é de 1.6 mm de profundidade dos sulcos, o pneu já passa a ser considerado “careca” e aí é hora de trocá-lo.
Para ajudar os motoristas a saber quando está na hora de trocar o pneu, existe um indicador na banda de rodagem. Tecnicamente, ele é chamado de “Tread Wear Indicator” (TWI). É uma saliência de borracha com altura de 1.6mm que é colocada dentro do sulco do pneu. Quando o desgaste do pneu atinge esse indicador, significa que já está no limite de segurança e é hora de trocá-lo.
2) Quais procedimentos o usuário deve tomar com os pneus antes de pegar a estrada?
Em primeiro lugar, o motorista deve checar se o pneu não está próximo da marca de 1,6mm e, se estiver, a troca deve ser providenciada antes da viagem. Vale considerar que se for uma viagem longa e o motorista verificar que o pneu está quase chegando na marca de segurança, mas ainda daria para rodar um pouco mais, o mais seguro é trocar antes da viagem para evitar que o pneu fique careca no meio da viagem. Trafegar em estradas com pneu careca é perigoso, imprudente e, além disso, significa uma infração de trânsito. O motorista também não deve esquecer do estepe. Ele tem que estar em boas condições e pronto para o uso no caso de necessidade de troca.
3) Qual a durabilidade para utilização dos pneus?
Não é possível determinar até qual quilometragem um pneu pode ser usado porque isso depende de vários fatores.
A duração dos pneus depende de uma série de variáveis como a carga sobre o pneu, da pressão do pneu, da maneira de dirigir do motorista, da velocidade, da regularidade de marcha, das condições mecânicas do veículo, da concentração de tráfego, do grau de manutenção e ainda outros fatores como clima e temperatura ambiente.
Os pneus do veículo de um motorista que, por exemplo, sempre trafegue numa cidade com velocidade constante na maior parte do tempo, tem uma duração xis. Os pneus deste mesmo veículo nas mãos de um motorista que dirija dentro de uma cidade como São Paulo, com um trânsito pesado tipo para-anda e portanto com velocidade inconstante, pode ter uma duração menor pelo desgaste que vem desta necessidade de brecadas e aceleradas constantes.
Este é apenas o exemplo de um dos fatores que influem na duração dos pneus. Considere-se agora todas as demais variáveis e teremos uma idéia da prática impossibilidade de fixar uma  duração dos pneus.
Como não é possível determinar uma quilometragem específica para a troca de pneus, é muito importante que o motorista fique atento para o limite de segurança de desgaste que é de 1.6 mm de profundidade dos sulcos. Abaixo dessa medida, o pneu já passa a ser considerado “careca”. A resolução do CONTRAN 558/80, estabelece que trafegar com pneus abaixo do limite é ilegal. O veículo pode ser apreendido.
4) Os pneus tem o mesmo rendimento e segurança quando está chovendo?
O rendimento quilométrico ou duração dos pneus em pista molhada é maior do que em pista seca. Com chuva os pneus sofrem menor desgaste.
Por outro lado, a aderência dos pneus em pista molhada é menor e depende principalmente da capacidade dos sulcos da banda de rodagem escoarem ou expelirem a água entre a pista e o pneu; depende da quantidade de água ou espessura da camada ou véu de água na pista; da pressão do pneu; e da velocidade do veículo.
Em caso de chuva, a melhor recomendação é que o motorista reduza a velocidade, tendo presente também outros fatores como o tipo de estrada e condições de tráfego.
5) Quando há aquaplanagem, a causa pode ser pneu careca?
Sim, chuva e pneu careca formam uma combinação perigosa. A aquaplanagem ocorre quando a quantidade de água retida na área de contato entre pneu e pista, supera a capacidade de escoamento dos sulcos da banda de rodagem do pneu. Forma-se então uma película de água entre o pneu e a pista e o pneu perde contato.
Quanto menor a profundidade dos sulcos da banda de rodagem, maior a probabilidade de aquaplanagem em caso de fortes chuvas e em pistas de estradas com má ou irregular drenagem das águas pluviais. Com os pneus carecas o risco é gravíssimo.
Portanto, durante o verão, é importante estar sempre com os pneus em ordem e em caso de fortes chuvas, seja como for, por uma questão de segurança é sempre recomendável reduzir a velocidade.
6) Como sei qual o pneu mais adequado para o meu veículo?
Pneus de automóveis são desenvolvidos para fazer parte das características do automóvel, seja ele um veículo pequeno e econômico ou um esportivo de alta performance. Diferentes veículos, portanto, necessitam de pneus de concepções absolutamente diferentes e coerentes com as exigências de cada um. Para saber o pneu adequado para um veículo, o proprietário deve consultar o manual do veículo, onde o fabricante indica o tamanho ou os tamanhos de pneus adequados e seus índices de carga e velocidade.
7) Quando tenho que realizar o balanceamento e alinhamento dos pneus?
O balanceamento ou alinhamento dos pneus devem ser realizados a cada 10.000 km rodados, quando surgirem vibrações, na troca ou no conserto do pneu, quando o veículo sofrer impactos na suspensão, quando apresentar desgastes irregulares, quando forem substituídos componentes da suspensão ou quando o veículo estiver puxando para um lado.
8) Qual o risco de estar com os pneus carecas?
Dirigir com pneus carecas aumenta o risco de acidentes porque diminui o atrito entre o pneu e a pista molhada, além de ser uma infração grave com cinco pontos na carteira. Motoristas devem estar  alertas para realizar a troca do pneu antes que ele esteja totalmente liso.
9) Pneus tem garantia?
Os pneus tem garantia contratual oferecida pelos fabricantes de cinco anos a partir da data da nota fiscal de compra do pneu ou da data de compra do veículo (no caso de pneus de primeiro equipamento) ou na ausência destas, a partir da data de fabricação do pneu gravada na lateral, após o código DOT, constituída de quatro algarismos, onde os dois primeiros identificam a semana de produção e os dois últimos, o final do ano de fabricação.
10) Qual a calibração ideal?
Os pneus devem ser calibrados semanalmente de acordo com a indicação do manual do veículo e indicações do fabricante.