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Balança comercial do setor de pneus vai fechar segundo ano com déficit

Balança comercial do setor de pneus vai fechar segundo ano com déficit

Para Alberto Mayer, novo presidente da ANIP Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos, a queda de 24,2% nas exportações até outubro em relação ao ano anterior exige medidas para ampliar a competitividade da produção local.

O presidente da ANIP mostra alguns dados do setor que confirmam essa necessidade de aumento da competitividade:

a produção e a venda de pneus produzidos no Brasil caiu, de janeiro a outubro, 7,4% comparando com igual período do ano anterior, e um declínio de 7,6% computados os últimos doze meses.

a exportação caiu 24,2% no total, com uma queda de 36,7% nos pneus de passeio, determinando, pelo segundo ano consecutivo, um déficit na balança comercial do setor.

os pneus importados, em sua maioria de origem asiática, representam hoje mais de 40% do mercado interno total (que é de cerca de 90 milhões de pneus ano), destinando-se ao mercado de reposição, com ênfase nos pneus de passeio, particularmente para carros populares, sendo que no ano de 2005 a participação era de 24%, e vem crescendo ano após ano.

“Mesmo diante deste cenário adverso, o setor de pneumáticos, que realizou investimentos no quinquênio 2006 a 2011 da ordem de R$ 7,3 bilhões, com a geração de 150 mil empregos diretos e indiretos, continua mantendo um robusto programa de investimentos para o período 2012-2015, da ordem de R$ 3,4 bilhões e ostenta os melhores salários médios da indústria de transformação: R$ 3.248,00 mensais, segundo números do IBGE para 2011”, acrescenta Alberto Mayer.

Entre as medidas consideradas essenciais para evitar a continuidade na queda das vendas externas a ANIP está pleiteando ao Governo Federal uma definição sobre a prorrogação do REINTEGRA – Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para Empresas Exportadoras, que começou a vigorar em janeiro com término previsto em dezembro deste ano. “As empresas produtoras estão fechando negócios no exterior e não podem incluir a redução relativa ao Reintegra nos preços, pois não sabem se o regime continua, o que reduz sua competitividade”, diz Alberto Mayer, presidente da entidade.

Ele comenta que a indústria está ciente de que este tema esta sendo estudado pelo Governo, mas a falta de definição está adiando o fechamento das vendas ao exterior, por conta da impossibilidade de determinação de preço competitivo. A ANIP, além de solicitar a prorrogação do Reintegra até a extinção do resíduo tributário, pede a revisão da alíquota, adequando-o à cadeia de produção do setor, elevando-a de 3% para 5%. O Reintegra, criado em 2011, prevê a desoneração de resíduos de tributos indiretos (Cide, IOF, PIS, Cofins, etc.) sobre os produtos industrializados brasileiros exportados.

Até novembro de 2012 a produção total foi de 57,9 milhões de unidades ante 62,3 milhões em 2011 no mesmo período, uma queda de 7%.

Alberto Mayer destaca que os últimos anos foram marcados por forte pressão nos custos de matérias-primas como borracha natural, borracha sintética e derivados de petróleo, cujos preços são definidos pelo mercado internacional, o que resultou na queda da competitividade do setor. “A reversão do câmbio trouxe certo alívio, mas está ainda longe de possibilitar a retomada dos índices de exportação de 2007”, comenta.  “A continuidade do Reintegra e o aumento da alíquota para 5%, podem gerar condições para retomarmos o patamar de 20 mil unidades ou mesmo superá-lo, com evidente ganho para o país e suas exportações industriais”, conclui o presidente da ANIP.