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A indústria de pneumáticos em 2010

Cenário promissor para a indústria de pneus

A retomada da economia no segundo semestre do ano passado, os bons números da indústria automobilística brasileira, as perspectivas de melhoria e crescimento de infraestrutura e as medidas antidumping contra pneus chineses obtidas no ano passado formam um cenário promissor para a indústria de pneumáticos em 2010.

“Estamos prevendo um bom ano tanto para o mercado de pneus para veículos zero km quanto para os pneus novos para reposição. Além disso, o futuro do Brasil nos indica um bom caminho, com dois grandes eventos esportivos que exigirão obras e investimentos que movimentarão a economia e isso é muito bom também para o setor de pneumáticos”, analisa Eugênio Deliberato, presidente da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos – ANIP.

Dentre os principais fatos que devem influenciar o setor este ano, os efeitos das medidas antidumping obtidas contra pneus chineses no segundo semestre de 2009 deve ter destaque. O setor estima que deve recuperar 20% do mercado perdido nos últimos anos para os pneus chineses. Há quatro anos, a participação dos chineses no mercado de reposição era zero, mas eles cresceram rapidamente por conta dos preços dumpings.

A verificação de dumping e o direito de aplicar medidas de proteção contra as vendas de importados chineses foi requerida pela ANIP no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior no início de 2008. Em junho de 2009, depois de uma consistente investigação, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) resolveu pela aplicação do direito antidumping definitivo e por um prazo de até cinco anos, para pneus de caminhão e ônibus. No início de setembro de 2009, foi a vez dos pneus para veículos de passeio.

“No entendimento do setor de pneumáticos, a concorrência externa é bem-vinda, mas ela tem que ser justa. O trabalho de investigação da Camex foi minucioso e mostrou que os pneus chineses estavam chegando com preços dumpings”, explica Deliberato.

Meio ambiente em 2010

O ano também será importante para a indústria de pneumáticos em questões de meio ambiente. O setor tem um das maiores iniciativas da indústria de pós-consumo e já investiu mais de US$ 90 milhões em seu programa de coleta e destinação de pneus inservíveis. Mais de 200 milhões de pneus já foram recolhidos e destinados adequadamente pela Reciclanip, entidade formada pelas indústrias para se dedicar ao programa e que já implantou 437 postos de coleta pelo País. Em 2009, o Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) publicou resolução com um novo marco regulatório para a atividade, fato que vai fortalecer e ampliar a iniciativa do setor.

“Em 2010, as empresas devem investir 20% a mais para a coleta e destinação de pneus inservíveis, com previsão de US$ 25 milhões para as ações da Reciclanip”, afirma Deliberato.

Balanço do setor em 2009

O ano de 2009 foi extremamente desafiador para a economia e para as empresas, com períodos de instabilidade e intensa flutuação dos indicadores financeiros. Para os produtores de pneus, o ano também foi marcado por grandes e importantes conquistas. A restrição da importação de pneus usados, a adoção de medidas antidumping contra pneus chineses e as novas regras para destinação de pneus inservíveis são exemplos de bons frutos do ano passado.

Os principais indicadores do setor mostram que, de fato, os desafios foram grande em 2009. A indústria de pneumáticos encerrou o ano passado com uma queda de 10% na produção entre os associados da ANIP. O segmento mais afetado foi o de pneus para tratores agrícolas, com queda de 24% na produção em 2009.

No que se refere à balança comercial do setor, a queda nas exportações foi de 18% e a das importações 4%. Em valor, a balança ficou superavitária em US$ 378 milhões e em unidades ela é deficitária em 3,5 milhões de unidades no acumulado de janeiro a dezembro de 2009. Foi registrada uma queda de 36% na exportações das principais categorias de pneumáticos para a Argentina, principal parceiro comercial do Brasil.

“Estamos otimistas com o cenário para 2010 e vamos recuperar os indicadores do ano passado que sofreram por consequência da crise”, analisa Deliberato.