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Produção brasileira de pneus aumenta 4% nos primeiros nove meses do ano e 2013 pode igualar o recorde de 2010

As dez indústrias de pneus do País vêm acompanhando os resultados positivos das montadoras, e mantido o ritmo podem chegar no final do ano a atingir cerca de 68 milhões de unidades – o recorde foram 67,3 milhões em 2010

 

 De janeiro a setembro a produção de pneus aumentou 4% em relação ao mesmo período de 2012, passando de 49,39 para 51,38 milhões de unidades de acordo com os dados da ANIP, Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos. “Estamos acompanhando de perto o crescimento da indústria automotiva, que foi de 7,6% no período, segundo os dados da Anfavea. O pneu fabricado no país é de qualidade internacionalmente reconhecida, o que vem há muitos anos permitindo atender à demanda gerada por novos modelos”, comenta Alberto Mayer, presidente da ANIP. Ele destaca que a dificuldade do setor em expandir mais as vendas se situa no mercado de reposição em que fabricantes do exterior levam muitas vezes vantagem pelo menor custo de produção, e há consumidores que escolhem por preço, sem se preocupar com a qualidade, o que cria mercado para produtos sem as mesmas exigências dos fabricados no país. No mercado de reposição os importados continuam respondendo por 39% do consumo aparente total dos primeiros nove meses do ano, excluindo duas rodas.

 

Pneus radiais crescem mais

A ANIP desdobra o crescimento da produção entre pneus radiais e pneus convencionais e os dados dos primeiros mostram um crescimento de 4,7% nos primeiros nove meses ante o mesmo período de 2012, enquanto os convencionais tiveram a produção ampliada em 2,4%. “Com isso os pneus radiais, que são mais modernos e mais seguros, já respondem por 70,8% da fabricação no país, mostrando que estamos acompanhando o que ocorre no mundo”, afirma Alberto Mayer.

 

Busca de competitividade

“Vimos realizando uma série de reuniões com autoridades governamentais buscando formas de ampliar a produção nacional nos próximos anos, de modo a acompanhar o crescimento previsto da fabricação de veículos pelo Inovar Auto”, acrescenta Mayer. Segundo ele isso depende do aumento da competitividade com a redução do Custo Brasil. Um dos aspectos importante para isso segundo o presidente da ANIP é a manutenção do Reintegra, se possível com aumento da alíquota, pois a atual não repõe totalmente o resíduo tributário na exportação. “Se conseguirmos um plano semelhante ao do setor automotivo podemos vir a ter novas fábricas além da que se instalou agora no Paraná, gerando riqueza para o país e empregos”, acrescenta Mayer.

A mudança da relação dólar-real ocorrida nos últimos meses, embora vista de maneira positiva para o setor de pneus pelo presidente da ANIP, não resolve a questão da competitividade, que á mais ampla, e inclui questões como salários X produtividade, logística, tributação e burocracia, o chamado Custo Brasil. Além disso, Alberto Mayer ressalta que a nova realidade do mercado cambial traz um impacto negativo sobre o custo das matérias primas importadas, que representam cerca de 70% do total de insumos usados na produção.

 

Balança Comercial permanece negativa desde 2010

No total dos primeiros nove meses de 2013 as importações de pneus cresceram 14,8%, atingindo 21,81 milhões de unidades ante 18,99 milhões no mesmo período de 2012, não incluindo os destinados a veículos de duas rodas. Enquanto isso as exportações tiveram um redução de 9,3% passando de 10,14 milhões de unidades para 9,20 milhões de janeiro a setembro deste ano ante o mesmo período de 2012. “O declínio das exportações e a balança comercial negativa iniciados em 2010, após anos de dados positivos, só poderá ser revertido com medidas que ampliem a competitividade nacional, a partir da redução de custos”, diz Alberto Mayer.  

 

Vendas

No período janeiro a setembro de 2013 em relação ao mesmo período do ano anterior as vendas da indústria de pneus apresentaram um aumento superior ao da produção, com crescimento de 7,9%, passando de 50,63 para 54,62 milhões de unidades, o que inclui pneus por elas importados. No mercado de reposição a indústria expandiu suas vendas em 14,3% no mesmo período, passando de 24,41 para 27,90 milhões de unidades, enquanto as vendas para montadoras cresceram 9%, passando de 16,08 para 17,52 milhões de unidades no mesmo período. Apenas as exportações apresentaram queda em relação ao ano anterior, de 9,3%, ficando em 9,20 milhões de unidades (10,15 milhões em 2012).

 

O maior crescimento entre os vários tipos de pneus foi das vendas na categoria industrial, com expansão de 64,6%, atingindo 1,571 milhão de unidades ante 954 mil no ano anterior.

Confira abaixo as demais categorias

  • Categoria Agrícola 621.414 para 735.159 unidades – aumento de 18,3%
  • Carga 5,6 milhões para 6,5 milhões – aumento de 16,2 %
  • Camioneta 6,6 milhões para 7,6 milhões – aumento de 15%

183 mil t recolhidas para reciclagem  no primeiro semestre

O processo de coleta de pneus inservíveis, a maior operação de logística reversa do país, é realizado pela Reciclanip, entidade sem fins lucrativos mantida pela indústria do setor. No primeiro semestre de 2013 foram recolhidas 183 mil toneladas de pneus inservíveis, quantia que equivale a 36,6 milhões de unidades de pneus de carros de passeio.   “Temos hoje mais de 800 pontos de coleta espalhados por todos os estados brasileiros. Para retirar o produto descartado nesses locais contamos, em média, com 60 caminhões transitando diariamente durante todo o ano”, afirma o presidente da ANIP.

A principal destinação destes pneus são as fábricas de cimento que utilizam os pneus inservíveis como combustível alternativo, para o que precisam dispor de filtros especiais. Outras destinações consideradas legalmente adequadas e aprovadas pelo IBAMA são empresas de moagem e processamento para produção de artefatos ou produção de asfalto borracha.

Sobre a ANIP

A ANIP – Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (www.anip.org.br), fundada em 1960, representa a indústria de pneus e câmaras de ar instalada no Brasil, que compreende dez empresas e 17 fábricas instaladas nos Estados de São Paulo (sete), Rio de Janeiro (três), Rio Grande do Sul (duas), Bahia (três), Paraná (uma) e Amazona (uma). Ao todo, responde por 26 mil empregos diretos e 120 mil indiretos. O setor é apoiado por uma rede com mais de 4.500 pontos de venda no Brasil com 40 mil empregos. Em 2007 a ANIP criou a Reciclanip, voltada para a coleta e destinação de pneus inservíveis no País. Originária do Programa Nacional de Coleta e Destinação de Pneus Inservíveis, de 1999, a Reciclanip é considerada uma das principais iniciativas na área de pós-consumo da indústria brasileira, por reunir mais de 800 pontos de coleta no Brasil. Desde 1999, quando começou a coleta dos pneus inservíveis pelos fabricantes, mais de 2,37 milhões de toneladas de pneus inservíveis, o equivalente a 474 milhões de pneus de passeio, foram coletados e destinados adequadamente.

Prêmio-E – O trabalho de coleta e destinação de pneus inservíveis realizado pela ANIP/ Reciclanip recebeu um reconhecimento da UNESCO, o Prêmio-E na categoria “Economia”, entregue durante a durante a Rio+20, realizada em junho de 2012 no Rio de Janeiro. A premiação, em sua 1ª edição, integrou a programação oficial da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, com o objetivo de reconhecer as iniciativas socioambientais mais representativas dos últimos 20 anos, executadas após a ECO-92. Idealizada por Oscar Metsavaht, embaixador da Boa Vontade da UNESCO, o prêmio é uma parceria do Instituto-E  (http://www.institutoe.org.br/premioe/ ), Prefeitura do Rio de Janeiro e UNESCO.