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Queda na produção de automóveis atinge o setor de pneus

Férias coletivas, corte de produção e suspensão temporária de contrato de trabalho por parte dos funcionários nas indústrias automotivas afetaram de maneira negativa os fabricantes de pneus que tiveram uma redução na venda para este segmento de 10,6% passando de passando de 7,47 milhões de unidades para 6,68 milhões de pneus no quadrimestre 2014 comparado ao mesmo período do ano anterior.

“Todos os investimentos programados por nossas associadas têm como base a expansão do mercado automobilístico prevista pelos programas Brasil Maior e Inovar Auto, que trouxeram, inclusive, novas montadoras no País, porém com o atual cenário de queda de produção e de rentabilidade fica complicado manter os projetos de expansão e crescimento do setor”, comenta o presidente da entidade, Alberto Mayer. A principal queda ocorreu no fornecimento de pneus para os fabricantes de veículos de passeio, maior mercado em quantidade, que caiu 17,3% (de 4,41 para 3,65 milhões de unidades), seguida pela queda para os produtores de equipamentos agrícolas com 14,3% a menos (de 179,2 mil para 153,5 mil), ante o mesmo período de 2013.

 

Outros desempenhos da venda às montadoras (quatro meses de 2014 ante 2013):

Pneus de carga: –4,1% (de 787,0 para 755,0 mil)

Pneus de camioneta: +1,6% (de 966,9 para 982,8 mil)

Pneus para duas rodas: +1,0% (de 1,10 para 1,11 milhão)

Pneus industriais: -32,3% (de 9,3 para 6,3 mil)

Déficit na Balança comercial  

Mesmo com esforço dos fabricantes para buscar mercados externos, que levou a um aumento de exportações de 7,4% no quadrimestre, a balança comercial do setor de janeiro a abril acumulou um déficit de US$ 82,2 milhões, com as importações superando as exportações em 7,5 milhões de unidades. Cerca de ¼ das importações foram das próprias associadas. “Esse número sofreu forte crescimento pela presença da nova associada Sumitomo em 2014, cujas importações até o ano passado eram contadas como de empresas não produtoras, mas com sua fábrica no país a empresa também colaborou para o aumento de exportações”, destaca Mayer.

 

 “Em 2013, a balança comercial do setor fechou em US$ 355,5 milhões negativos, piorando em 405% em relação a 2012. Além do Custo Brasil, a indústria perde competitividade em função de dumping de algumas empresas que exportam para o Brasil com preços abaixo do seu preço de custo, que é uma prática condenada pela OMC”, explica Mayer 

Pneus de cargas oriundos da China alavancaram 47,6% do total trazido do exterior no primeiro quadrimestre deste ano. A importação de pneus novos teve uma queda mínima de 1,5% nos primeiros quatro meses de 2014 comparado ao mesmo período de 2013 passando de 9,73 para 9,59 milhões de pneus.  “O que preocupa a ANIP e suas associadas é a baixa qualidade e o não recolhimento de inservíveis de parte do que é trazido do exterior”, diz o presidente da associação.

Mayer destaca que as montadoras, para utilizar um pneu em seu projeto automobilístico, trabalham em conjunto com a indústria de pneumáticos para que os pneus tenham as características técnicas e de desempenho desejadas para o veículo. Uma vez definido, o produto passa pela fase homologatória e de testes feitos em conjunto entre as indústrias automobilísticas e de pneumáticos, além do Inmetro. “Isso traz um diferencial de qualidade, que se nota pelas reclamações de usuários que compraram pneus importados de algumas marcas e tiveram problemas de durabilidade”, afirma o presidente da ANIP.

 

 

Sobre a ANIP e Reciclanip

 

A ANIP – Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (www.anip.org.br), fundada em 1960, representa a indústria de pneus e câmaras de ar instalada no Brasil, que compreende onze empresas e 20 fábricas instaladas nos Estados de São Paulo (nove), Rio de Janeiro (duas), Rio Grande do Sul (duas), Bahia (três), Paraná (três) e Amazona (uma). Ao todo, responde por 27 mil empregos diretos e 120 mil indiretos. O setor é apoiado por uma rede com mais de 5 mil pontos de venda no Brasil com 40 mil empregos. Em 2007 a ANIP criou a Reciclanip, voltada para a coleta e destinação de pneus inservíveis no País. Originária do Programa Nacional de Coleta e Destinação de Pneus Inservíveis, de 1999, a Reciclanip é considerada uma das principais iniciativas na área de pós-consumo da indústria brasileira, por reunir mais de 800 pontos de coleta no Brasil. Desde 1999, quando começou a coleta pelos fabricantes, 2,79 milhões de toneladas de pneus inservíveis foram coletados e destinados adequadamente, o equivalente a 558 milhões de pneus de passeio.

 

Seguindo o modelo de gestão de empresas européias, com larga experiência na coleta e destinação de pneus inservíveis, a Reciclanip é diferente no quesito remuneração. Em outros países, as empresas são pagas pelos vários agentes da cadeia produtiva para cobrir as despesas operacionais e garantir a destinação de pneus inservíveis. Os consumidores europeus, quando compram novos pneus para seus veículos, por exemplo, são obrigados a pagar uma taxa para a reciclagem dos pneus velhos. Aqui no Brasil, os fabricantes de pneus novos, representados pela ANIP, arcam com todos os custos de coleta e destinação dos pneus inservíveis, como transporte, trituração e destinação.

 

O programa é desenvolvido por meio de parcerias com as prefeituras, que cedem os terrenos dentro de normas específicas de segurança e higiene para receber os pneus inservíveis vindos de origens diversas. Forma-se então, o Ponto de Coleta. São 819 em todo país, de onde a Reciclanip recolhe e transporta os pneus até as empresas de trituração ou de reaproveitamento.