Releases Anip

Balança Comercial do setor de pneus mantém números negativos pelo quinto ano consecutivo devido às compras de produtos asiáticos e outros

Os fabricantes estabelecidos no país geraram um saldo positivo de US$ 560 milhões nos primeiros oito meses do ano, mas compras externas de outros importadores levaram a um déficit geral de US$ 145,9 milhões

Em 2010 a balança comercial do setor de pneus mudou de sinal (-US$ 9,4 milhões), e desde então vem apresentando números negativos, devido ao volume de pneus importados. Em 2008 o saldo positivo era de US$ 443,9 milhões, e em 2009 caiu para US$ 377,7 milhões. “Como acontece em outros setores, a indústria nacional de pneus vem sofrendo com a perda gradual e contínua da competitividade do país, o que facilita a entrada de produtos importados, principalmente oriundos do continente asiático”, diz Alberto Mayer presidente da ANIP Associação Nacional da Indústria de Pneus, que reúne onze empresas com 20 fábricas no país.

Neste ano, até agosto, a balança externa do setor fechou em US$ 145,9 milhões negativos. “As exportações de nossas associadas apresentaram leve crescimento e geraram um saldo positivo de US$ 560 milhões no período, mas os importadores de marcas que não tem fábricas no Brasil acabaram por conduzir o total dos negócios do setor ao déficit”, explica Mayer.

Ele ainda explica que as empresas associadas buscam manter suas exportações e medidas como o Reintegra e outras recém anunciadas auxiliam neste processo.  “A balança comercial continua deficitária pelo enorme volume que continua sendo importado de países que possuem custos baixos de matérias primas, mão de obra, impostos, infraestrutura e outros. O Brasil, além das dificuldades gerais, impõe impostos de importação sobre matéria primas e sobre moldes não disponíveis localmente para a indústria de pneus, que inflacionam desnecessariamente o pneu aqui fabricado. E ainda temos os custos elevados de reciclagem, que não são suportados por muitos importadores, estabelecendo uma concorrência desleal”, explica o presidente executivo da entidade.

Em 2013, a balança comercial do setor fechou em US$ 355,5 milhões negativos, piorando 405% em relação a 2012, que teve um déficit de US$70,4 milhões.

Segundo a Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP), o cenário só deve mudar se forem tomadas medidas que ampliem a competitividade da indústria do país, fiscalizem melhor as importações reduzam o chamado Custo Brasil: logística, tributos e burocracia.

 

Resultado da Balança Comercial do setor (em US$)

 

2008: +443.913.744

2009: +377.703.105

2010: -9.375.355

2011: -107.461.194

2012: -70.377.991

2013: -355.472.883

2014: até agosto -145.906.946

 

 

Balança Comercial da ANIP (em US$)

Já no caso das associadas à ANIP, no ano passado a balança comercial, que registra o total recebido pelo país com vendas destas empresas ao exterior menos os gastos delas com a compra de importados, registrou um saldo positivo de US$ 954 milhões. “Com isso as empresas presentes no Brasil mantiveram a média de saldo positivo dos últimos seis anos, apesar do cenário econômico incerto”, acrescenta Mayer.

 

2008:   926.726.393

2010:   887.230.799

2011: 1.091.036.101

2012: 1.115.972.485

2013:   954.070.586

2014 até agosto: 559.948.673