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Fabricantes de pneumáticos sofrem com estagnação das vendas, e consequentemente, com capacidade ociosa

De janeiro a outubro de 2014 a produção brasileira de pneus atingiu 57,64 milhões de unidades, um pouco menor que o do ano anterior (57,96 milhões), embora este ano esteja sendo contabilizada a fabricação de mais uma empresa, a Sumitomo-Dunlop, que começou a produzir no final de 2013. Os motivos para a falta de crescimento são o desempenho da economia, com a retração das vendas ao setor automotivo, além da concorrência desleal de produtos importados.

“Os investimentos superiores a R$ 10 bilhões da indústria brasileira de pneus no período 2007-2015 não estão tendo correspondência na demanda, e hoje as fábricas pneumáticas trabalham com capacidade ociosa, além de seus preços não acompanharem a inflação”, diz Alberto Mayer, presidente executivo da ANIP – Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos.

Ele afirma que mesmo assim, o setor não tem efetuado demissões.  “Hoje nós empregamos diretamente cerca de 30 mil profissionais especializados, que recebem os salários mais altos da área industrial, de acordo com os dados do IBGE. E a cadeia do setor ocupa mais de 100 mil pessoas no país, contando as revendas e os remoldadores”, acrescenta Mayer.

As empresas de pneumáticos, como todo o setor industrial do país sofre os efeitos do chamado custo Brasil, que reduz sua competitividade. “Temos ainda um pesado investimento em logística reversa, que este ano vai superar os R$ 100 milhões por meio da Reciclanip – entidade responsável por este processo e também mantida pelas fabricantes de pneus. Enquanto isso há importadores de países que praticam o dumping e, além disso, muitos não fazem o recolhimento obrigatório dos seus inservíveis”, afirma o presidente executivo da ANIP – Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos, Alberto Mayer. Temos buscado alertar as autoridades sobre os dois problemas e já houve várias ações antidumping realizadas pelo governo brasileiro que comprovaram essa pratica danosa à criação de empregos no país.

Mayer destaca que não é contra a importação, mas apenas contra a concorrência desleal. “Nossos associados também importam cerca de 10% do que produzem no país para complementar suas linhas, mas o fazem dentro dos parâmetros de preço e qualidade internacional”, explica. Essas importações feitas pelas empresas associadas da ANIP também diminuíram, passando de 6,629 para 6,009 milhões de unidades quando comparado com janeiro a outubro de 2013 com o mesmo período de 2014.

As vendas para montadoras nos primeiros dez meses de 2014 continuaram a apresentaram forte queda (-18%) em relação a 2013, passando de 19,48 para 15,97 milhões de pneus.