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Venda de pneus fecha em queda de 1,7% no 1º quadrimestre

A Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP) fecha o primeiro quadrimestre de 2017 com queda de 1,7% no total de venda de pneus em relação ao mesmo período de 2016, fechando o total em vendas em 23,1 milhões de unidades. “ Não obstante uma ligeira melhora do mercado, a indústria permanece com capacidade ociosa”, destaca o presidente executivo Klaus Curt Müller. O destaque negativo ficou com as vendas de pneus industriais, como empilhadeiras, carriolas etc. (-5,4%) e veículos de passeio (-4,1%) que puxaram o índice para baixo. Outros resultados negativos foram registrados para pneus de ônibus e caminhões (-2,3%); duas rodas (-0,9%) e OTR (terraplanagem, mineração, etc.) (-31%). Por outro lado, pneus agrícolas registraram resultados positivos em vendas: agrícolas (25,8%) e caminhonetas (4,9%).

Em termos de produção, porém, o quadrimestre fecha com alta de 1,5%. O resultado mostra um aumento na produção principalmente de pneus agrícolas (33,6%) e camionetas (12,2%). Já a produção para veículos de passeio não acompanhou a curva e fechou em queda de 2%. Trata-se de ligeira recuperação de estoques.

Venda às Montadoras

No quadrimestre, o pior resultado está nas vendas para ônibus e caminhões, que registrou queda de 14,7% em comparação ao mesmo período de 2016. Já para veículos de passeio o resultado segue a tendência apontada pela indústria automobilística de retomada econômica. O quadrimestre registrou aumento nas vendas de pneus de passeio em 11,8%. A expectativa das montadoras segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) é de fechar 2017 com aumento de produção de 11,9% para veículos leves e pesados.

Mercado de Reposição

As vendas para o mercado de reposição fecharam o trimestre com queda de 0,2%, em relação ao mesmo período de 2016, mostrando sinais de estabilidade. O pior resultado é do segmento de pneus de passeio, cujo volume de vendas caiu 5%, ou seja, mais de 400 mil pneus deixaram de ser comercializados no período. Por outro lado, pneus de carga e agrícolas cresceram 3% cada, motivados por safras favoráveis no período e consequente aumento do escoamento destes produtos agrícolas por via rodoviária.

Exportações

Em relação às exportações, as vendas de pneus para o mercado externo fecharam o primeiro quadrimestre deste ano com queda de 14,8%, em relação ao mesmo período de 2016. Quatro foram as categorias que puxaram o índice para baixo: duas rodas (-23,4%), passeio (-20,4%), industrial (-51%) e carga (-18,4%). As demais categorias registraram crescimento: camionetas (6,9%) e agrícolas (21,3%). O país exportou 4,1 milhões de unidades no período, cerca de 700 mil unidades a menos no mercado internacional em relação a 2016. A balança comercial da exportação de pneus fechou o período em US$ 130.218.553.

 

Matérias primas

Na produção de pneus, grande parte dos insumos utilizados é importada porque a oferta local não atende às necessidades da indústria local. Dessa forma, o custo de produção é afetado diretamente pelo câmbio e neste início de 2017 prevalece o mesmo do final de 2016. A valorização do Real ajuda na aquisição dessas matérias primas, especificamente neste momento de alta dos preços internacionais de 27,7% no acumulado até abril (2016/2017). A borracha natural é o principal insumo. Ao mesmo tempo, o efeito câmbio facilita a entrada de pneus importados, principalmente oriundos dos países asiáticos.

O aumento da alíquota do imposto de importação da borracha natural de 4% para 14% se mantém, prejudicando fortemente a competitividade do produto nacional em relação ao importado. Toda a produção local da borracha é consumida internamente, não alcançando 40% do consumo total, tornando a importação obrigatória, e assim causando efeito inflacionário na economia de forma horizontal, sem favorecer no seu todo a produção local da borracha natural. “O setor espera que essa medida seja revista com urgência na próxima reunião da Camex”, afirma Curt.

 

Livro Branco

A necessidade de adoção de políticas que aumentem a competitividade do setor de pneus levou a ANIP a lançar o documento Livro Branco da Indústria de Pneus, que contém propostas para alavancar o crescimento do setor, como a redução do custo logístico, desoneração do processo de logística reversa, melhor acesso a insumos essenciais para a produção de pneus, estímulos à exportação, implantação de margem de preferência para a indústria nacional nas compras públicas, entre outras. O documento está disponível no site da ANIP (www.anip.org.br)