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Socorro do Tesouro

Numa ação coordenada com o Banco Central para acalmar os ânimos dos investidores, o Tesouro Nacional informou que dispõe de R$ 450 bilhões em caixa para conter a volatilidade no mercado de títulos públicos. Diante das incertezas com os rumos da economia brasileira, da disparada do dólar e das fortes variações nas taxas de juros, os papéis têm apresentado forte desvalorização. 
 
Somente com os títulos corrigidos pela inflação, os fundos de renda fixa registraram em agosto, até o dia 16, perdas de 1,31% no valor das cotas, que são atualizadas pelo preço de mercado do dia. No ano, o prejuízo acumulado chega a 4,18%. Para tentar conter esses rombos, o Tesouro tem realizado leilões extraordinários de compra e venda. Ontem, a instituição vendeu um volume de R$ 2,036 bilhões em papéis, comprou um montante de R$ 1,462 bilhão e terminou o leilão com um saldo líquido de R$ 573,5 milhões. 
 
O subsecretário de Dívida Pública do Tesouro, Paulo Valle, explicou que, em momentos de incerteza, o valor dos títulos descola do que a instituição considera normal. Nessas situações, segundo ele, as intervenções se fazem necessárias. E a estratégia usada para conter essas oscilações será a de comprar papéis de longo prazo e vender os de curto. 
 
Entretanto, ele avaliou que não será necessário criar um cronograma de leilões nos moldes do que foi anunciado ontem pelo Banco Central para intervir no câmbio. “O objetivo dessas medidas é equilibrar o mercado e deixar claro que queremos reduzir custos, diminuir riscos e mostrar que há demanda pelos papéis”, comentou. 
 
Valle também ressaltou que a programação de financiamento da dívida pública pode estourar as previsões iniciais. As projeções serão revisadas em setembro. “Apesar disso, o resultado será melhor do que o do ano passado.” 
 
 
Setor de pneus pede ajuda 
 
Os fabricantes de pneus do país vão pedir ao governo medidas para compensar os efeitos negativos da disparada do dólar sobre seus negócios. Em encontro marcado para hoje com o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, a diretoria da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip) alertará para o risco de a recente melhora de competitividade do setor ser engolida pela pressão sobre os custos dolarizados. As vendas das fábricas nacionais cresceram 6,7% no primeiro semestre, puxadas pelo aquecimento no comércio de veículos, mas ainda em ritmo menor que o das importações, sobretudo de concorrentes chineses. “Cerca de 70% de nossos custos vêm de insumos cotados em dólar e o restante é influenciado por ele”, explicou Alberto Mayer, presidente da associação. Ele ressaltou que a produção nacional de pneus sofre a desvantagem para os competidores externos em razões da elevada carga tributária, da burocracia e da infraestrutura logística deficiente