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Passando a borracha

Carecas, estourados, em pedaços, sem condições de uso. Os pneus irrecuperáveis, que antes tinham como destino os aterros sanitários, rios e até terrenos baldios, já não são tão facilmente encontrados descartados de forma irregular pelo Brasil. Atualmente, quase 90% dos pneus velhos brasileiros são descartados de forma correta. Graças à Reciclanip, uma associação criada por fabricantes como Bridgestone, Continental, Goodyear, Michelin e Pirelli, as maiores do setor. “Custa caro, é difícil logisticamente, mas estamos limpando o País”, afirma Renato Sarzano, diretor-superintendente da Continental Pneus no Mercosul. 
 
 
Rodando o Brasil: são mais de 800 pontos de descarte e 60 caminhões fazendo a coleta 
 
Desde que foi criada, em 1999, a Reciclanip já investiu US$ 212 milhões e reciclou 2,46 milhões de toneladas de borracha, o equivalente a 492 milhões de pneus de carros de passeios. Neste ano, o plano é investir R$ 80 milhões e dar um novo uso para 380 mil toneladas de borracha vulcanizada. “Poucos setores são tão organizados quanto o nosso”, diz Cesar Faccio, superintendente da Reciclanip, que explica que o orçamento das companhias para o projeto é proporcional à fatia de mercado de cada um dos associados. Os pneus velhos, depois de triturados, são reutilizados como combustível em fornos de usinas cimenteiras (67%) e para a produção de asfalto e grama sintética (33%). 
 
 
“Seria melhor não queimar a borracha”, diz Gilberto Jorge Haviaras, superintendente de engenharia de campo da Bridgestone. “Mas falta demanda para ele ser usado na produção de asfalto.” A Reciclanip conta atualmente com mais de 800 pontos de coleta e uma média de 60 caminhões transitando diariamente por cerca de 3,5 mil rotas. O foco é atuar em cidades com mais de 100 mil habitantes em parcerias com as prefeituras, que cedem os terrenos para a criação do ponto de coleta. A associação está presente em todos os Estados brasileiros e no Distrito Federal. Todo custo de retirada e de trituração para seu reuso é bancado pela associação dos fabricantes, que repassa esse produto para as empresas interessadas sem cobrar nada. 
 
Fonte: IstoÉDinheiro