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Sumitomo começa a produzir pneus no PR

O conglomerado japonês Sumitomo, já presente no Brasil nas indústrias de siderurgia e de mineração, entra agora na disputa com os grandes produtores de pneus – primeiro no mercado de reposição, onde quer ter participação de 10% em dois anos, e depois disso no fornecimento a montadoras.

Sua fábrica em Fazenda Rio Grande, na Grande Curitiba (PR), tem inauguração oficial marcada para o dia 3 de outubro, após investimentos de R$ 560 milhões realizados pela Sumitomo Rubber Industries, a empresa do conglomerado responsável pela fabricação de pneus. Mas desde o início deste mês a unidade está produzindo a um ritmo de aproximadamente 2 mil pneus por dia, entre linhas para carros de passeio, caminhonetes e vans da marca Dunlop.

No momento, o foco da empresa está em compor estoques e distribuir esses primeiros volumes no varejo, um trabalho que envolve o desenvolvimento, até o fim do ano, de uma rede de 50 lojas padronizadas com a identificação da marca Dunlop nas fachadas.

Já para o futuro, os planos incluem a produção de pneus de caminhões, a importação, a partir do ano que vem, de pneus para motos de alta cilindrada e a entrada no mercado de produtos originais – ou seja, o fornecimento direto a fabricantes de carros, que consomem mais de 20 milhões de pneumáticos por ano no Brasil.

Os testes dos pneus de passeio da Dunlop já foram iniciados para quatro montadoras, mas a empresa não revela nomes. "Algumas estão em desenvolvimento. Outras já têm o produto definido e sabemos que podemos fornecer a elas a partir de 2015", afirma Renato Baroli, gerente de vendas no Brasil da Sumitomo Rubber. Segundo ele, um carro brasileiro foi, inclusive, colocado para rodar com pneus da Dunlop numa pista de testes em Okayama que reproduz diversas condições de estradas.

Dominado pela Pirelli, que atende a praticamente metade do consumo das montadoras de automóveis, o mercado de pneus originais também é disputado no Brasil por Bridgestone, Continental e Goodyear, mas vem atraindo novas marcas por conta da ampliação no parque de produção automotiva. A Michelin , por exemplo, entrou mais agressivamente na briga por esse segmento após inaugurar, há um ano, uma nova fábrica de pneus de automóveis em Itatiaia (RJ). A meta da marca francesa é atender a 5% da demanda das montadoras.

Apesar da concorrência de marcas já estabelecidas no país e do risco de excesso de capacidade apontado por alguns executivos desse setor, Baroli afirma que as montadoras brasileiras precisarão de mais fabricantes de pneus nos próximos anos. Segundo ele, ainda haverá a necessidade de suprir uma demanda por pneus de melhor desempenho nas fábricas de carros, tendo em vista o compromisso firmado pelas montadoras no novo regime automotivo de desenvolver veículos mais eficientes até 2017.

Gradualmente, o ritmo de produção na nova fábrica da Sumitomo no Paraná vai subir nos próximos dois anos até alcançar a capacidade plena de 15 mil pneus por dia. Sem considerar possíveis jornadas extras de trabalho, isso equivale a cerca de 4 milhões de unidades por ano, o que dá fôlego para a companhia alcançar sua meta de atingir 10% do mercado de reposição. Hoje, esse mercado gira ao redor de 30 milhões de pneus por ano.

Nesse caso, porém, além de marcas tradicionais, o grupo terá de disputar espaço com a agressiva concorrência de produtos importados, sobretudo da China e países do sudeste asiático. Dados da Anip, a entidade que representa os fabricantes nacionais de pneus, mostram que os importados respondem neste ano por 39% do consumo brasileiro de pneumáticos. Agora com produção local, a direção da Sumitomo Rubber aposta num menor vigor das importações com a desvalorização do real.

Como a fábrica paranaense ocupa menos de 20% de um terreno de 500 mil metros quadrados, há espaço para novas fases de expansão no local, que podem incluir, a partir de 2016, uma linha de produção de pneus de carga com capacidade diária de 3,5 mil unidades.

 

Fonte: Canal do Transporte