Atendendo à necessidade da indústria automobilística de alcançar seus índices de eficiência energética, os biopneus começaram a ser produzidos pelas fabricantes de pneumáticos no Brasil somente há três anos. Com tecnologia de ponta, eles oferecem melhor performance e têm forte apelo ambiental. 

 

Alberto Mayer, presidente da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip), destaca que os benefícios já ocorrem na produção. "A fabricação envolve novos processos e matérias primas de baixo impacto ambiental, que propiciam menor resistência ao rolamento, maior eficiência dos motores, economia de combustível e redução das emissões de dióxido de carbono."

 

Em comparativo com os pneus convencionais, trata-se de uma evolução tecnológica, ressalta Mayer. Para ele, não foram identificadas desvantagem, a não ser o fato de serem mais caros. "Mas isso é facilmente compensado com a economia ao rodar", defende. 

 

Ainda conforme o especialista, é possível 25% de redução da resistência ao rolamento. Com isso, o veículo economizará 5% em média nas estradas; 3,3% em circuitos urbanos e até 6,7% à velocidade constante de 40 km/h.

  

Bendito Inovar-Auto

De acordo com o Ministério das Cidades, a produção de pneus verdes está diretamente ligada à meta de eficiência energética, através do Decreto nº 8.015, de 17 de maio de 2013, correspondente ao Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores, o Inovar-Auto, conforme informou sua assessoria de imprensa. Com isso, as montadoras passaram a trazer esse tipo de produto em seus veículos novos. 

 

Entre as marcas, a Fiat afirma que cerca de 80% dos seus veículos novos já saem de fábrica com pneus verdes, informou por meio de sua assessoria. Eles fazem parte de itens de série, se o consumidor optar pelo pneu original do veículo. Não paga nada a mais por isso. Dentre os modelos de grande demanda, estão o Novo Uno, Novo Palio e o Grand Siena, com índice ainda maior que os demais.

 

A Renault dispõe de pneus verdes nos modelos Clio e o elétrico Zoe, que roda no País por meio de parcerias com empresas que desenvolvem projetos de veículos elétricos. O Renault Zoe utiliza o pneu Michelin EnergyTM E-V, desenvolvido em parceria com a montadora para suportar o alto torque do modelo e se adaptar aos usos específicos do veículo elétrico.

 

Vagner Silva, consultor de vendas da Gerardo Bastos, esclarece quanto ao preço no mercado. "É possível encontrar produtos da linha verde e convencional pelo mesmo preço, como o modelo Pirelli 175/65R14 Cinturato P4 (convencional) ou P1 (verde), ambos por R$ 265,44". Vagner afirma que a política de preço é o grande atrativo dos fabricantes para trazer atenção ao consumo de um produto sustentável, tendo em vista as vantagens do modelo com componentes biodegradáveis.

  

PNEUS COM ETIQUETA

Em 2012, o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), no âmbito do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), estabeleceu novas regras de segurança e eficiência para a fabricação dos pneus. A avaliação foi feita quanto à capacidade de frenagem em piso molhado, ao nível de ruído, e a resistência ao deslocamento.Eles possuem a Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE), com graduações de 'A' a 'C', sendo 'A' o nível que representa o melhor desempenho em cada critério, e começam a circular no mercado este ano.A partir de outubro de 2016 só serão produzidos ou importados os novos pneus. Em abril de 2017 só serão comercializados os pneus etiquetados, conforme informou por meio de sua assessoria de imprensa. ( Yara Peres, especial PARA O POVO) 

 

Fonte: O Povo Oline