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Reposição deve evitar queda ainda maior da produção de pneus no ano

Fonte: DCI –  23.02.2015 
Juliana Estigarríbia
Para a Titan Pneus, as vendas da empresa no mercado de reposição devem registrar alta de 12% em 2015 
Foto: Divulgação Titan 
São Paulo – O cenário continua pessimista para as montadoras. Por esse motivo, os fabricantes de pneus devem apostar no mercado de reposição para evitar uma queda mais acentuada da produção, que em 2014 já registrou recuo.
Até o setor de agronegócios, que andou melhor do que o automotivo, sentiu os efeitos da crise econômica.
"Para 2014, havíamos projetado um crescimento muito grande devido às perspectivas de safra recorde. Mas no final das contas, ficamos empatados", afirmou ao DCI o gerente nacional de vendas da Titan Pneus (detentora da marca Goodyear Farm Tires), Leandro Pavarin. 
O executivo explica que, em 2014, o chamado aftermarket contribuiu para que a empresa não registrasse queda. Só no segmento fora-de-estrada, a Titan obteve, no ano passado, expansão de 20% na reposição. E a tendência é que o mercado continue apresentando crescimento no pós-venda. 
"Enquanto no negócio das montadoras devemos ter o mesmo resultado do ano passado, em 2015 vamos crescer 12% no aftermarket", acredita o gerente da Titan.
O executivo pondera que a reposição ajudará a marca a crescer principalmente no segmento agrícola, responsável por cerca de 59% do faturamento da empresa. "Estamos investindo para crescer no after market", assinala.
De acordo com o presidente da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip), Alberto Mayer, a produção em 2014 se manteve estável mesmo contabilizando a produção de uma nova fabricante, a Sumitomo Rubber do Brasil (produtora dos pneus Dunlop).
"O primeiro semestre não foi tão ruim para a indústria de pneus. Porém, houve uma degradação natural devido ao desempenho do setor automotivo", declara Mayer. 
Queda livre
No ano passado, o fornecimento de pneus para montadoras (chamado mercado original) caiu mais de 17% em relação a 2013. "Os fabricantes que fornecem majoritariamente para este segmento sofreram mais", pontua.
Neste cenário, o after market compensou o desempenho do mercado original. "A reposição acabou suprindo o gap das montadoras", relata.
Ainda segundo o dirigente, com a perspectiva de crescimento zero do Brasil, o setor deve ter estagnação em 2015. "Estamos revisando nossas projeções, mas devemos andar de lado neste ano baseados na reposição", avalia.
A Dunlop está em processo de aumento de produção no País e, atualmente, está fabricando cerca de 8 mil pneus por dia. A meta é chegar, em dezembro deste ano, a média diária de 15 mil unidades.
Segundo o gerente sênior de marketing e vendas, Renato Baroli, a queda do mercado original não afetou tanto a marca porque, até o momento, a empresa só está fornecendo para a reposição.
"Tivemos um ano interessante. Com a crise, a reposição ganhou espaço", diz Baroli. "Toda vez que existe uma parada no mercado original, o after market se beneficia porque a reparação terá que se intensificar", reforça.
Segundo o executivo, a Dunlop ainda fornecerá somente para o after market até meados de dezembro deste ano, quando deve começar a vender diretamente para montadoras.
"Atendemos a todas as linhas quatro rodas e a nossa meta é ampliar o nosso share", destaca Baroli. Em 2014, o executivo afirma que a Dunlop encerrou o ano com participação de 6,5% em veículos de passeio e 4% em carga (somente na reposição).
"O próximo passo é ampliar o fornecimento em pneus de passeio. Em 2018, nossa meta é atingir a produção de 30 mil pneus por dia", destaca.
Importação
De acordo com o presidente da Anip, as importações continuam sendo a pedra no sapato do setor. "Uma parte significativa do consumo doméstico é importada", afirma Mayer.
Segundo o executivo da Titan, a marca sofre muito com as importações. "Cerca de um terço das vendas de pneus, na reposição do segmento agrícola, é importado", diz Pavarin.
O gerente da Dunlop explica que, hoje, existe um dumping "muito forte" para pneus de aro 13 e 14 (que representam cerca de 70% do mercado doméstico), principalmente vindo de países como a China. 
"Com isso, os pneus de alta performance começaram a ser atacados pelas importações, o que reduziu a rentabilidade dos segmentos atendidos por pneus de aro 15, 16 e 17", revela Baroli.
Pavarin acrescenta que a perspectiva é de um bom ano para o setor agrícola, porém, a concorrência das importações sempre afeta a indústria nacional, principalmente no segmento de pneus. "Sofremos muito com importados", diz.
Segundo Mayer, com a perspectiva de racionamento, especialmente de energia, os custos da indústria nacional devem crescer muito, inclusive dos fabricantes de pneus.
"Nossa competitividade, que vem sendo agredida nos últimos anos pela entrada maciça dos importados, pode sofrer ainda mais", pondera.
 
Veículo: DCI 
Data de publicação: 23/02/2015 05:01:07 
Link da notícia: http://www.dci.com.br/negocios/reposicao-deve-evitar-queda-ainda-maior-da-producao-de-pneus-no-ano-id447710.html 
Expressão: Anip